Rebecca Hunt autora
deste livro resolveu levar-nos ao ano em que Winston Churchil se reformou em 1964, aos
oitenta e nove anos, vamos acompanhar a sua última semana no parlamento, depois de 60 anos no activo.
Mas ele depara-se com uma sombra, que só ele vê, um cão, o qual lhe chama “Black
Dog” - Cão Negro, mas não se trata de um cão qualquer, é a sua depressão que o acompanha na sua vida, que o observa e
fala com ele.
Mas este Cão Negro de
nome Mr. Chartwell decide também visitar e tornar-se inquilino de Esther
Hammerhans, uma jovem bibliotecária que vive sozinha desde que o marido Michael se suicidou, ainda está a tentar ultrapassar a sua perda.
Ela aceita a sua presença na sua casa, aluga-lhe um quarto, mas, isso não a vai
ajudar em nada na sua solidão, só vai agravar mais.
Nesta narrativa a
depressão tem a forma de um cão preto
muito grande, colossal com dois metros de altura e malcheiroso, que entra na
vida destas duas personagens, ganhando a
sua confiança, e sorrateiramente tentando “destruir-lhes” a vida, isolá-los daqueles
que os rodeiam.
Tem realmente humor
pois se pensarmos bem num cão que fala com as pessoas ainda por cima chato e
que cheira mal, torna-se por vezes irritante e outras amável, os diálogos entre Esther e Mr. Chartwell fizeram-me sorrir, e chega a ter cenas
hilariantes entre ambos.
No final quando Esther
se encontra com Churchil para uma entrevista na sua casa, e está a escrever à
máquina, Churchil apercebe-se que ela também vê o cão e aconselha a não ouvir e
a não falar com ele. Uma luta que ela terá de travar sozinha e com muita força
de vontade, para expulsar aquela “presença imaginária” da sua vida.
É realmente uma
narrativa estranha, mas que nos faz reflectir, escrita com muita
imaginação, metafórica da parte da autora, aborda um tema sério e complexo que
afecta muitas pessoas, mas de uma maneira muito peculiar, em que retratou a doença depressão de uma forma totalmente invulgar e com um humor negro fora do normal.
Um
livro original, divertido, inteligente, em suma uma leitura diferente. Gostei.
Pode ver o livro aqui
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