Vasco Ricardo nasceu no
ano de 1981, em França mas é em Portugal que gosta de estar. Nem sempre viveu
em Famalicão; cresceu em Matosinhos e formou-se em Viana do Castelo. Pratica
Aikido, uma arte marcial japonesa. Raramente se sente cansado, se bem que certas
particularidades do quotidiano o vão arreliando. Acha piada a moralistas,
principalmente os que são imorais. Ainda não descobriu a verdadeira razão pela
qual sente vontade de escrever, mas jura que um dia o fará. Já publicou dois livros
“A Trama da Estrela” e recentemente “O Diplomata.”
Odete: Podes contar-nos o
melhor elogio que recebeste, e já agora o pior insulto enquanto autor.
Vasco: O maior elogio que me
deram, e dificilmente será superado, é que o meu livro prendeu o leitor sem que
ele conseguisse parar de ler. Quanto ao insulto, penso que terão sido algumas
palavras depreciativas de gente que ainda não os tenham lido; não vislumbro algo
mais inglório do que essa situação.
Odete: Se pudesses
inventarias um mundo novo enquanto escritor? e o que mudarias?
Vasco: Talvez criasse uma
bactéria capaz de castigar pessoas que fossem mesquinhas.
Odete: Que autores
portugueses tens lido?
Vasco: Os últimos que li e
gostei imenso foram Pedro Guilherme-Moreira e Miguel Miranda.
Odete: Qual foi o livro que
te prendeu na sua leitura durante mais horas?
Vasco: Julgo que terá sido
‘Messias’ de Boris Starling.
Odete: Já começaste a
escrever uma história e não a conseguiste acabar?
Vasco: As histórias que não
têm pernas para andar são descartadas antes de as desenvolver. Terminei sempre
tudo o que comecei a escrever, embora me tenha desviado por diversas vezes do
que inicialmente tinha previsto no decorrer do enredo.
Odete: Quando escreves e
depois reles costumas alterar os textos?
Vasco: No início alterava
muitas vezes. Depois esforcei-me por não proceder dessa forma, visto que na
maior parte das ocasiões repetia aquilo que estava descrito mais abaixo. Com o
tempo aprendi a dar importância àquilo que verdadeiramente importava. Altero
algumas coisas, mas não muitas. Acredito que o primeiro impulso é o mais
verdadeiro, logo o mais correcto.
Odete: Já te arrependeste
dos caminhos que deste às personagens dos teus livros?
Vasco: Nada que não pudesse
ter sido remediado.
Odete: Controlas as
personagens ou elas acabam por seguir o seu caminho?
Vasco: Penso que elas ganham
uma espécie de vida própria com o decorrer da trama. É uma vida a dois.
Odete: Já te aconteceu teres
de fazer outras coisas e não conseguires parar de escrever?
Vasco: Imensas vezes. Também
acontece estar a fazer outras coisas e deixar tudo para registar uma ideia, ou
fazer/ mudar um parágrafo.
Odete: Ou estar num lugar e
sentires uma necessidade enorme de escrever e não o puderes fazer nesse
momento?
Vasco: Também aconteceu por
várias ocasiões. Nesse caso, vou martelando a ideia na cabeça para não me
esquecer dela e despejá-la quando abrir o pc. É verdade que tenho um bloco para
me auxiliar, mas não é a mesma coisa; a minha memória tem sido o meu
instrumento mais eficaz.
Odete: Tens medo de falhar?
Vasco: Se não tivesse não
poderia tornar-me melhor.
Odete: Qual a música que
identificarias com A Trama da Estrela? E qual escolherias para O Diplomata?
Vasco: ‘O Diplomata’ talvez
duas, completamente opostas, mas ambas adequadas ‘Killing in the name’ dos Rage
Against The Machine e ‘Gabriel’ dos Lamb. Quanto à ‘A Trama da Estrela’ diria
que ‘Open your eyes’, dos Guanos Apes.
Odete: Todas as tuas ideias
são ficção, ou também te baseias em factos reais?
Vasco: Todas têm um suporte
real, embora nalgumas ficções esse suporte seja mais vasto do que noutras.
Odete: Achas que daqui para
a frente o leitor vai "mandar" naquilo que escreves?
Vasco: Não creio. Não me vejo
a agir dessa forma.
Odete: Para terminar gostava que falasses de
ti enquanto pessoa, e também o que gostas de fazer nos teus tempos livres, para os seguidores do Blogue.
Vasco - Enquanto pessoa? Tenho
gostos simples. Se pudesse alimentava-me de bolos e chocolates. Sou sensível em
determinados aspectos e frio noutros. Gosto de ver e ouvir. Não me canso de
procurar. Os meus tempos livres resumem-se actualmente a escrever, ler e tudo
relacionado com a família, para além do tempo que passo na internet por vários
motivos.
10 comentários:
Parabéns Odete, das melhores que já li, e sem ser repetitiva!!
(então bolos e chocolates LOL)
Parabéns! e muito sucesso ao Vasco Ricardo
Gostei da entrevista, já li a Trama da Estrela e recomendo. O Diplomata, não tarda a chegar a casa :)
Parabéns ao entrevistador e à entrevistador :)
Beijocas
Teresa Carvalho
Obrigada Norma :)
Parabéns Odete pela entrevista bem conduzida, quanto ao Vasco espero ler algo teu em breve.
Parabéns à Odete e ao Vasco, nesta entrevista, muito precisa e directa.
O maior sucesso ao Vasco, que continue a "perseguir" aquilo que realmente importa.
Boas festas.
Obrigada a todos :)
Uma boa entrevista! Ainda não li nada do autor, mas fiquei curiosa (e ainda por cima gosta de chocolate :).
Obrigado. :)
A avaliar pelas respostas na entrevista, alguma coisa me espicaçou a curiosidade. Gostei principalmente daquela parte em que o autor diz que o 1ª impulso é o mais verdadeiro, por muitos e varidos motivos, que não vou agora dissecar.
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