13/02/2013

“D’ Artagnan e os Três Mosqueteiros”, de Alexandre Dumas





Apesar de conhecer a sua obra quase exclusivamente através do cinema, foi sem dúvida uma boa experiência ler uma das suas obras mais afamadas. Os seus romances históricos bem se podem denominar também de aventuras e de ação pois, todos juntos, estes ingredientes, na pena de Dumas, trazem-nos momentos inesquecíveis. Com “D’ Artagnan e os Três Mosqueteiros”, mal começa a narrativa, começa a ação e a aventura. O romance inicia desde logo com a partida de D’Artagnan para Paris, numa viagem atribulada, nesse destino onde ele sonha poder vir a tornar-se mosqueteiro ao serviço do rei. O início é deveras empolgante e, mal chegado a Paris, já D’Artagnan se vê envolvido numa série de quezílias e com três duelos marcados separados apenas por horas. Isto revela-nos os traços de personalidade de D’Artagnan, como sejam a sua força de carácter, o espírito voluntarioso, e, porque não, a imaturidade fruto da sua juventude. Um das características que tornam esta aventura interessante é que Dumas envolve as suas tramas, os seus enredos, as aventuras das suas personagens com acontecimentos verídicos, que realmente aconteceram. A utilização quer de personagens verídicas, quer de personagens fictícias torna o livro mais interessante. Podemos procurar saber mais sobre determinado acontecimento ou personagem e compararmos com a visão do autor. Ele não descura as suas personagens e nada o impede de escrever parágrafos inteiros para no-las dar a conhecer melhor. Ao longo da narrativa continua a traçar o perfil psicológico das suas personagens o que vai tornando-nos cada vez mais próximos delas. Não deixa de ser engraçado o facto de nos descrever as casas de D’ Artagnan e de cada um dos seus três amigos: Athos, Portos e Aramis, bem como de cada um dos seus criados. Aquela que sentimos mais intensamente caracterizada ao longo do romance é Milady, a personificação do mal em pessoa, sendo que o autor consegue chegar ao âmago da sua personalidade. O cardial Richelieu pareceu-me uma personagem mais refinada, não tão intensamente abordada mas que, através de algumas “pinceladas” e referências ao longo do romance, não podemos deixar de verificar tratar-se de uma personagem complexa, de uma inteligência superior, um estratega nato de um poder imenso, maior até do que o do próprio monarca francês. Os pormenores deixados aqui e ali vão-nos mantendo interessados ao longo da aventura. Outro aspeto da sua escrita é a interação que mantem com o leitor, orientando-nos para o mais importante naquele momento e informando-nos sobre algo de que falará mais à frente. Como podem verificar, não me detenho muito na história em si, sobejamente conhecida por todos mas com bastantes mais pormenores no livro, como é natural.

Na sua narrativa empolgante facilmente verificamos que a mensagem que o autor quer deixar passar ao longo desta aventura é a importância da amizade, da vitória do bem sobre o mal. A amizade, essa relação fraterna e altruísta entre os homens, que, quando elevada ao seu mais alto patamar significa que um ser humano está disposto a dar a sua própria vida para salvar a do seu amigo.
(Sugestão: coloquem a palavra amizade na wikipédia e vejam a imagem que aparece logo no início).


2 comentários:

Unknown disse...

É impossível resistir à simplicidade, à humanidade e, diria mesmo, à ternura deste livro.
Um marco na história da literatura e um hino à amizade, como muito bem sublinhaste.
Gostei da tua apreciação.
Um abraço.

Luís Miguel disse...

Tens razão Manuel, as coisas simples da vida são, por vezes, as que têm mais valor. O mesmo se passa com os livros, para quê complicar!

Abraço.