14/05/2014

A Hipótese do Mal, de Donato Carrisi (opinião)



Opinião:
Policial, thriller psicológico é outro género literário pelo qual sou totalmente viciada, e este autor Donato Carrisi conquistou-me como os seus livros anteriores.
Nesta narrativa temos de volta a personagem Mila Vasquez, por quem senti uma forte empatia no livro Sopro do Mal, passaram-se sete anos, Mila tem marcas físicas e psicológicas profundas, continua a ser uma investigadora muito peculiar, trabalha no departamento chamado “Limbo” onde é responsável por descobrir pessoas desaparecidas, é onde se sente como um peixe dentro de água.
Mila é chamada quando ocorrem vários homicídios,  o mais estranho nisto tudo é que se descobre que são praticados por pessoas que foram dadas como desaparecidas, algumas desapareceram há vinte anos e de repente aparecem porque? quem pode estar por detrás do seu aparecimento e destas mortes? Tudo aponta que seja alguém o impulsionador destes crimes, que se sucedem uns atrás dos outros.
Mila tem muitos fantasmas do passado com que tenta lidar diariamente, a sua vida pessoal é um caos, e sente conforto precisamente quando investiga nas profundezas, quando se entrega de corpo e alma a procurar pessoas que desapareceram, talvez seja a sua forma de lidar com a sua parte psicológica, porque no fundo sabe o que sentem aqueles que como ela tem que lidar com sequelas de um passado marcante, demonstra uma inteligência e perspicácia fora do comum, e a sua intuição raramente falha.
Neste livro Mila vai trabalhar com um agente especial, Simon Berish, que foi deixado de lado, alguém que está ao seu nível, mas tal como ela também Simon esconde segredos, que não quer ver revelados. Mas ambos são bastantes perspicazes e competentes interpretam pistas que os colocam em perigo.  
Este livro trás ao de cima questões tão pertinentes como o bem e o mal que há dentro de cada um de nós, e foca algo que todos nós já sentimos em determinados  momentos da nossa vida – uma vontade enorme de desaparecer, deixar um vazio.
Mas são de narrativas destas que eu gosto, histórias que me despertem os sentidos, e este autor tem esse dom, confesso que as primeiras páginas não me prenderam de imediato mas, assim que entrei no enredo, comecei a sentir uns arrepios na pele que me faziam parar de ler de vez em quando.
O autor criou mais uma vez um enredo envolvente, cheio de suspense, tensão e reviravoltas, quando se pensa que se descobriu o verdadeiro culpado, de repente tudo muda, é preciso seguir as pistas certas até chegar à verdade, pistas essas que são como um puzzle que é preciso ir juntando, algumas estão escondidas num passado que remota a vinte anos.
Também as personagens como sempre são complexas, mas muito bem caracterizadas, o que faz com que facilmente se visualize os cenários, quase que conseguimos entrar na mente dos criminosos, em suma A Hipótese do Mal reúne todos os componentes que eu tanto aprecio num bom policial, e o final deixado em aberto, deixou-me a pensar. Um livro que prende o leitor, gostei  imenso.

Pode ler sobre o livro A Hipótese do Mal aqui 

2 comentários:

Paulo Pires disse...

Gostei da opinião. ;)

Odete Silva disse...

Obrigada Paulo ;)