Novo livro de Joel Neto. Um relato pessoal e tocante sobre a vida na ruralidade, as gentes simples e a procura da contemplação.
A Vida no Campo traz-nos gentes, saberes e sabores ancestrais.
Traz-nos a amizade, o amor e a perda também. Traz-nos cães, traz-nos vários cães, como nos traz outros animais. Traz-nos hortas domésticas e flores. Piqueniques, caminhadas a perder de vista e barcos navegando no horizonte. Crepúsculos românticos e dias de frio à lareira.
Ao fim de duas décadas na grande cidade, o escritor Joel Neto voltou ao pequeno lugar dos Dois Caminhos, freguesia da Terra Chã, ilha Terceira. Rodeado de uma paisagem estonteante, das memórias da infância e de uma panóplia de vizinhos de modos simples e vocação filosófica, descobriu que a vida pode, afinal, ser melhor. Muito melhor.
«Hoje, ando com meia dúzia de euros no bolso, se é que ando com dinheiro.
Aproveito o pão de um dia para o outro: não porque me tenha esquecido de comprar pão fresco, mas porque quero fazê-lo. Aponto o frasco de champô à palma da mão e meço uma noz – e, quando me ocorre comprar um casaco novo, ou um telefone, ou uns sapatos, pergunto-me se serão ao menos satisfatórios, ou se os compro apenas por vício. Não é gosto na privação, nem tão-pouco será ainda o dom da avareza: é horror ao desperdício. Podia ter sido a cidade a ensinar-mo. Foi o campo.»
Sobre o autor:
JOEL NETO é autor de mais de uma dezena de livros, como O Citroën Que Escrevia Novelas Mexicanas e Os Sítios Sem Resposta. Nasceu em Angra do Heroísmo, em 1974, e escreveu para quase todos os grandes jornais portugueses. Ainda hoje escreve crónicas e colunas em vários desses jornais – nomeadamente no Diário de Notícias. Depois do sucesso de Arquipélago, torna a provar que num pequeno lugar no meio do oceano pode, afinal, caber o mundo inteiro.
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