04/07/2017

Deus Não Mora em Havana, de Yasmina Khadra



Opinião:
Yasmina Khadra, é um autor que já me conquistou definitivamente há algum tempo, é sublime a forma como descreve as suas histórias e nos aproxima dos personagens.
Mais uma vez o autor conseguiu transportar-me para dentro de um livro seu, fez-me viajar por um país quente, que por acaso gostava de conhecer, com todo o seu pulsar de gentes, de sons e de cheiros, a paixão pela música, aquela alegria contagiante, aquela vontade de viver, apesar da miséria, onde o regime de Castro impera, encaram a vida com alegria e optimismo, nunca deixam de sonhar, e acreditar que amanhã será um dia melhor, a felicidade de um povo em torno da musica.
A acção deste livro como o titulo indica, decorre num ambiente quente, em Havana, «Don Fuego», com os seus sessenta anos canta em cabarés, e sente uma felicidade enorme por fazê-lo, já teve multidões a seus pés, que o aplaudiam e sigam, mas os tempos são outros e tem que se adaptar e dar lugar a outros.
A história em torno de «Don Fuego», está muito bem conseguida, um protagonista que gostei muito pela sua forma de encarar a vida, um homem de sessenta anos cuja juventude fugiu, mas que não deixa de sonhar, nem ir atrás dos seus sonhos, cantar é a sua grande paixão, mas, quer o destino que se apaixone por uma jovem misteriosa, que vai complicar a sua vida, será que vai conseguir conquistar o seu coração?
Mayensi, a jovem, foi uma personagem misteriosa que me manteve em suspense ao longo do livro, o facto de não se saber nada sobre a sua vida deixa-nos curiosos e dava por mim a passar as páginas do livro para desvendar quem era afinal esta rapariga que seduziu e conseguiu “enganar” um homem vivido e com experiência, e mesmo chegando ao final, muito ficou por saber.
Este autor além de ter uma escrita quase poética, consegue sempre surpreender-me pela qualidade das suas histórias e dos seus personagens marcantes, ensina-nos sobre outros povos e suas vivências, fiquei mais uma vez rendida, gostei muito de Deus Não Mora em Havana. 

"Sem a música, não sou mais que um eco anónimo lançado ao vento."

"Quem sonha demasiado esquece-se de viver” dizia Panchito, o velho trompetista.




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