Opinião:
Yasmina Khadra, é um
autor que já me conquistou definitivamente há algum tempo, é sublime a forma como descreve as
suas histórias e nos aproxima dos personagens.
Mais uma vez o autor
conseguiu transportar-me para dentro de um livro seu, fez-me viajar por um país
quente, que por acaso gostava de conhecer, com todo o seu pulsar de gentes, de
sons e de cheiros, a paixão pela música, aquela alegria contagiante,
aquela vontade de viver, apesar da miséria, onde o regime de Castro impera,
encaram a vida com alegria e optimismo, nunca deixam de sonhar, e acreditar que
amanhã será um dia melhor, a felicidade de um povo em torno da musica.
A acção deste livro como
o titulo indica, decorre num ambiente quente, em Havana, «Don Fuego», com os
seus sessenta anos canta em cabarés, e sente uma felicidade enorme por fazê-lo,
já teve multidões a seus pés, que o aplaudiam e sigam, mas os tempos são
outros e tem que se adaptar e dar lugar a outros.
A história em torno de
«Don Fuego», está muito bem conseguida, um protagonista que gostei muito pela
sua forma de encarar a vida, um homem de sessenta anos cuja juventude fugiu,
mas que não deixa de sonhar, nem ir atrás dos seus sonhos, cantar é a sua
grande paixão, mas, quer o destino que se apaixone por uma jovem misteriosa,
que vai complicar a sua vida, será que vai conseguir conquistar o seu coração?
Mayensi, a jovem, foi uma
personagem misteriosa que me manteve em suspense ao longo do livro, o facto de
não se saber nada sobre a sua vida deixa-nos curiosos e dava por mim a passar
as páginas do livro para desvendar quem era afinal esta rapariga que seduziu e conseguiu
“enganar” um homem vivido e com experiência, e mesmo chegando ao final, muito
ficou por saber.
Este autor além de ter
uma escrita quase poética, consegue sempre surpreender-me pela qualidade das
suas histórias e dos seus personagens marcantes, ensina-nos sobre outros povos e suas vivências, fiquei mais uma vez rendida, gostei
muito de Deus Não Mora em Havana.
"Sem
a música, não sou mais que um eco anónimo lançado ao vento."
"Quem
sonha demasiado esquece-se de viver” dizia Panchito, o velho
trompetista.
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