Opinião:
A
Pérola que Partiu a Concha, é um livro espectacular, somos arrebatados durante toda a leitura, sou suspeita, pois gosto imenso de
ler sobre outros povos e a sua cultura.
Retrata a realidade das mulheres
afegãs, conta-nos a
história de vida de duas mulheres, das suas vivências, Rahima e de sua trisavó,
Shekiba, separadas através do espaço temporal que tanto gosto, mas essa
separação de um século, não fez com que houvesse uma evolução na forma como
tratam as mulheres neste país, a vivência de uma é igual à da outra, nada
evoluiu.
São duas histórias de vida, que impressionam, que chocam, pela forma como
vivem, ou por outra sobrevivem no dia a dia, a autora pegou nestas
personagens e soube retratar uma cultura onde a mulher é subjugada, onde não
tem vontade própria, não tem direitos, a sua função é servir o marido, cuidar
da casa e dar-lhe filhos varões, e dividi-lo com outras mulheres, não lhes é permitido sair de casa sem a
companhia do mesmo, e por isso dependem do marido para tudo, é uma verdadeira clausura, onde a escravidão faz delas prisioneiras até da família
deste. E o mais
impressionante é a forma como as mulheres da família são más umas para as outras.
Sem querer contar nada da
narrativa, fico sempre chocada por saber que no século actual,
ainda tratem as mulheres de forma tão baixa e cruel, que continuem a ser
humilhadas dentro da própria casa, por isso quando tem uma oportunidade para
fugir, mesmo que isso signifique que podem ser apanhadas e morrer, preferem do
que continuar a ser tão mal tratadas.
Uma narrativa impressionante,
muito bem escrita, que nos dá a conhecer uma realidade chocante, triste, um livro que todos devem ler, pois
alerta-nos para o sofrimento destas mulheres, onde os seus
direitos simplesmente não existem, é impossível ficar indiferente a
esta história, fica-se indignado.
Recomendo sem dúvida alguma.
Muito bom.
Para mais informações pode consultar o site da Editorial Presença aqui
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