Opinião:
Li Uma Praça em Antuérpia, desta autora, gostei imenso, por isso não podia deixar
de ler Sonata em Auschwitz, pela razão mencionada, mas, também porque gosto de ler sobre o tema do Holocausto.
Trata-se de uma
história de sobrevivência em Auschwitz, diferente, pelo menos
para mim, de todos os livros que li sobre este tema. A autora prende
logo de inicio a nossa atenção com o facto de um comandante nazi levar no carro
um recém-nascido, uma menina, a forma misteriosa como é levada e a música especial que é
composta para ela no momento, trauteada, que a acalma, torna-se um mistério que vai sendo
desvendado lentamente ao longo do livro, de uma forma muito bem construída.
Passados muitos anos, Amália, neta deste comandante, que vive em Portugal, casualmente ouve uma conversa do pai, a sua
curiosidade fica de tal forma aguçada, que procura saber mais sobre
um passado longínquo que desconhece sobre os seus avós e sobre a família alemã.
Por isso empreende uma viagem até à Alemanha e mais tarde ao Brasil,
numa procura incessante da verdade e do que
aconteceu ao seu avô e a esta bebé, faz com que fiquemos agarrados ao livro, vai desvendando este mistério, um puzzle que
vai sendo completado lentamente.
Somos envolvidos na história
de duas famílias distintas, entre o passado e o presente, mas também sobre a histórica dos
judeus romenos e húngaros, que viram de repente a ascensão do nazismo roubarem tudo o que tinham, ficarem sem nada, até mesmo a roupa do corpo,
tudo lhes é tirado, mas em especial toda a dignidade. Tanto ódio por outros seres humanos, mexe com as nossas
emoções, é impossível ficar indiferente, sabemos que é uma obra fictícia,
mas que podia ser a história de qualquer judeu, pois nota-se que a autora fez pesquisa sobre a II Guerra Mundial e sobre o Holocausto, é por
isso que transporta-nos para dentro do livro, através de certas personagens
complexas, mas tão humanas que nos tocam, nos fazem ter esperança, é que no meio
de tanta desumanidade existia sempre alguém que se destacava pela bondade.
Confesso que de inicio
perdi um pouco o fio à meada em relação às personagens, pois existe um
espaço temporal ainda significativo, e também porque são duas famílias, a família de judeus e a família de nazis, o que fez com que por vezes tivesse que
voltar atrás para perceber quem era quem, mas tirando isso, só posso dizer que é um livro tocante e bem escrito.
Apesar de ter lido muitos
livros sobre o Holocausto continuo a ficar surpreendida, abismada com as
atrocidades cometidas neste período negro da história da humanidade. Mais um livro que gostei muito desta autora.
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