Este
livro não ambiciona ser uma História de Portugal e do Mundo, embora queira, de
forma leve, recuperar os eventos mais importantes do nosso passado. (…) Se
muitas entradas são sobre a História de Portugal, outras referem-se ao mundo
todo - e versam conquistas e descobertas, invenções e figuras determinantes.
(…) Que vos entretenha e que vos elucide, que complexifique a ideia que tinham
de Portugal e do mundo, e que vos divirta tanto quanto me divertiu pesquisá-lo
em livros e jornais antigos - é o que espero que este livro faça.» - João Bonifácio
A execução de Inês de
Castro por ordem de D. Afonso IV, pai de D. Pedro, foi um dos momentos mais
marcantes da História de Portugal. A descoberta de quatro luas de Júpiter por
Galileu e o estabelecimento da primeira ligação telefónica transatlântica, que
reduziu a distância de Nova Iorque para Londres, são eventos determinantes na
História Universal. O que têm em comum estes acontecimentos tão diferentes,
separados por séculos? A data em que ocorreram: 7 de janeiro.
Este Dia na
História, de João Bonifácio, é um livro para gente
curiosa. O jornalista e escritor faz uma viagem histórica pelos 365 dias do ano
em que se revisitam alguns dos eventos mais significativos ocorridos em
Portugal e no mundo. Se tem curiosidade em saber que episódios históricos
ocorreram nas datas especiais da sua vida, este é um livro a não perder.
Resultado de uma
investigação cuidada de João Bonifácio, e escrito numa linguagem acessível,
este livro mostra factos admiráveis ocorridos no mesmo dia e que juntam
protagonistas tão diferentes como, por exemplo, Sophia de Mello Breyner,
Charlie Chaplin, D. Afonso Henriques e Cristiano Ronaldo.
A
27 de agosto de 1810, o paiol de Almeida, na região da Guarda, explodiu,
destruindo o castelo medieval e a igreja matriz da vila portuguesa. Mas os
danos não foram apenas arquitetónicos: cerca de 500 soldados luso‑britânicos
morreram na tragédia, o que facilitou a vida aos franceses que nos queriam
invadir. Pensem nisto por um instante: Napoleão impusera o Bloqueio Continental,
segundo o qual países como Portugal deviam impedir a entrada de navios de
comércio britânicos nos seus portos. Portugal precisava do comércio inglês,
pelo que não aderiu ao Bloqueio; de modo que viu as suas fronteiras violadas
pelo exército francês e, por isso, pediu ajuda ao seu velho aliado inglês. No
meio disto, explodiu um paiol, ajudando a causa napoleónica.
Não
precisamos de ir mais longe do que isto para nos depararmos com um exemplo de
como a grande e a pequena história se combinam e confundem. Caso assistam a um
documentário ou leiam uma biografia sobre Napoleão, dificilmente encontrarão
uma menção que seja à explosão de Almeida, o tipo de dado que, pela sua
pequenez na História, está confinado a mono‑ grafias escritas por historiadores
locais. No entanto, uma boa parte dos acontecimentos que mudam o mundo estão
repletos destes pequenos acasos, que têm mais peso do que queremos admitir na
nossa fortuna.
Pensem
em D. João III. O rei viu todos os seus filhos morrerem até nascer João Manuel
e contrariar essa sina. Ironia das ironias, João Manuel produziria um varão, D.
Sebastião, que tomaria a coroa. Sabemos como a história acaba: com a dinastia
dos Filipes. Isto não significa que o objetivo último deste (humilde) livro
seja encontrar as mais ínfimas dobras da História nacional e justificá‑las à
luz dos acontecimentos do tempo em que ocorreram. Não, antes de mais estes
cadernos são uma espécie de declaração de amor a um subgénero literário que podemos
apelidar de entretenimento.
in
Introdução
Sobre o autor:
Nascido em 1975, João
Bonifácio é jornalista e escritor, publicando regularmente no jornal Público.
Trabalhou na imprensa regional portuguesa, foi editor da revista Os Meus
Livros, colaborou com vários órgãos de comunicação social, da revista Blitz
ao jornal A Bola, passando pelas revistas Time Out e UP,
fez guiões para televisão, traduziu, reviu, escreveu para o Inimigo Público e
comentou futebol no Canal Q e em A BOLA TV.
É autor do manual de
sobrevivência para os homens do século XXI, O Livro do Homem (ed.
Quetzal), e do livro-reportagem sobre Manuel Palito, Daqui Não Sais Viva (ed.
Guerra & Paz).
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