1Q84 (Abril - Julho) – Livro 1
Autor: Haruki Murakami
Título original: 1Q84
Tradução: Maria João Lourenço e Maria João da Rocha Afonso
Editora: Casa das Letras
N.º de páginas: 487
ISBN: 978-972-46-2053-4
Ano de publicação: 2011
Este livro inicia com Aomame (personagem central de uma das estórias, o nome, como explicado no livro, desta personagem significa ervilha verde) presa num monumental engarrafamento numa autoestrada de Tóquio, vai de táxi para um compromisso importantíssimo ao tomar consciência que não o conseguirá aceita a sugestão do taxista em sair da autoestrada, a pé, por uma saída de emergência e depois seguir seu caminho de comboio. Esta aparente inocente instrutora de artes marciais esconde em si uma assassina profissional a soldo de uma viúva que tem como objetivo aniquilar maridos que sujeitam suas esposas a uma violência doméstica constante.
Este volume, o primeiro de três, altera o seu relato entre Aomame e Tengo em enredos separados que se vão tocando à medida que o romance avança.
Aomame e Tengo de comum tem a profissão, ambos são professores, a primeira é professora de artes marciais (instrutora de defesa pessoal) o segundo professor de matemática. Até neste tipo de pormenor as estórias cruzadas de Murakami se vão tocando.
Tengo é um professor de matemática com muitas expirações a ver publicado o seu primeiro romance assim vai elaborando pequenos trabalhos para Komatsu, um editor pouco convencional, até que um dia este o convence a reescrever uma obra de uma jovem escritora, Fuka-Eri de somente dezassete anos, pois este prodígio literário tem um estilo literário muito pouco atraente, mas a estória por ela criada a "Crisálida de Ar" é de um poder avassalador.
Assim a narrativa alterna entre estas duas estórias (Aomame e Tengo) independentes mas que se vão aproximando pouco a pouco, para o final, em certas passagens, chegam mesmo a se confundirem.
Murakami conduz-nos por várias gerações nipónicas com uma descrição notável, vivemos esses sentimentos, vivemos essas gerações no desfolhar de cada página, muito bom para se contextualizar o romance ou então sou eu que cada vez fico mais fascinado por este tipo de sociedade/cultura. O leitor é empurrado para o secretismo das seitas após as revoluções estudantis da década de setenta e o seu descontentamento com a sociedade da época, a vida imparável e constante de Tóquio a sua claustrofóbica vida citadina em contraste coma a simplicidade das montanhas, a vida dos solitários em vertentes muito separadas que parecem fundir-se em certas personagens.
Mukarami aposta em personagens solitárias com memórias traumáticas profundas, muito bem exploradas (por vezes até demasiado exaustivo) pelo autor num mundo paralelo, numa simbiose muito próxima do realismo que prende o leitor neste constante vaivém da realidade surreal com uma escrita simples e muito eficiente.
Nesta constante alternância entre as estórias das personagens ficamos com aquele "feeling" de "déjà vu" no início de cada capítulo, pode-se tornar maçador estas repetições aliadas a uma descrição muito pormenorizada das personagens e de certos factos, será difícil muitos leitores alinharem pelo gosto deste estilo.
Tive que recorrer à edição Inglesa (correr para uma livraria) para confirmar certos aspetos relativos à tradução, o que me desagradou por um lado, mas fiquei aliviado pois à exceção de um pormenor tudo estava relativamente bem traduzido.
Uma pena muito grande é o leitor ficar pendurado neste primeiro volume... será uma realidade da edição Portuguesa muito ajustada aos nossos hábitos literários? mesmo assim o leitor, não o merecia, mas ficará suspenso (se não optar por outras edições) nesta edição Portuguesa até que a editora nos disponibilize o segundo volume (designado Julho - Setembro), lê-se por ai que tem saída prevista para Maço, muito tempo neste impasse de indefinição.
Título original: 1Q84
Tradução: Maria João Lourenço e Maria João da Rocha Afonso
Editora: Casa das Letras
N.º de páginas: 487
ISBN: 978-972-46-2053-4
Ano de publicação: 2011
Este livro inicia com Aomame (personagem central de uma das estórias, o nome, como explicado no livro, desta personagem significa ervilha verde) presa num monumental engarrafamento numa autoestrada de Tóquio, vai de táxi para um compromisso importantíssimo ao tomar consciência que não o conseguirá aceita a sugestão do taxista em sair da autoestrada, a pé, por uma saída de emergência e depois seguir seu caminho de comboio. Esta aparente inocente instrutora de artes marciais esconde em si uma assassina profissional a soldo de uma viúva que tem como objetivo aniquilar maridos que sujeitam suas esposas a uma violência doméstica constante.
Este volume, o primeiro de três, altera o seu relato entre Aomame e Tengo em enredos separados que se vão tocando à medida que o romance avança.
Aomame e Tengo de comum tem a profissão, ambos são professores, a primeira é professora de artes marciais (instrutora de defesa pessoal) o segundo professor de matemática. Até neste tipo de pormenor as estórias cruzadas de Murakami se vão tocando.
Tengo é um professor de matemática com muitas expirações a ver publicado o seu primeiro romance assim vai elaborando pequenos trabalhos para Komatsu, um editor pouco convencional, até que um dia este o convence a reescrever uma obra de uma jovem escritora, Fuka-Eri de somente dezassete anos, pois este prodígio literário tem um estilo literário muito pouco atraente, mas a estória por ela criada a "Crisálida de Ar" é de um poder avassalador.
Assim a narrativa alterna entre estas duas estórias (Aomame e Tengo) independentes mas que se vão aproximando pouco a pouco, para o final, em certas passagens, chegam mesmo a se confundirem.
Murakami conduz-nos por várias gerações nipónicas com uma descrição notável, vivemos esses sentimentos, vivemos essas gerações no desfolhar de cada página, muito bom para se contextualizar o romance ou então sou eu que cada vez fico mais fascinado por este tipo de sociedade/cultura. O leitor é empurrado para o secretismo das seitas após as revoluções estudantis da década de setenta e o seu descontentamento com a sociedade da época, a vida imparável e constante de Tóquio a sua claustrofóbica vida citadina em contraste coma a simplicidade das montanhas, a vida dos solitários em vertentes muito separadas que parecem fundir-se em certas personagens.
Mukarami aposta em personagens solitárias com memórias traumáticas profundas, muito bem exploradas (por vezes até demasiado exaustivo) pelo autor num mundo paralelo, numa simbiose muito próxima do realismo que prende o leitor neste constante vaivém da realidade surreal com uma escrita simples e muito eficiente.
Nesta constante alternância entre as estórias das personagens ficamos com aquele "feeling" de "déjà vu" no início de cada capítulo, pode-se tornar maçador estas repetições aliadas a uma descrição muito pormenorizada das personagens e de certos factos, será difícil muitos leitores alinharem pelo gosto deste estilo.
Tive que recorrer à edição Inglesa (correr para uma livraria) para confirmar certos aspetos relativos à tradução, o que me desagradou por um lado, mas fiquei aliviado pois à exceção de um pormenor tudo estava relativamente bem traduzido.
Uma pena muito grande é o leitor ficar pendurado neste primeiro volume... será uma realidade da edição Portuguesa muito ajustada aos nossos hábitos literários? mesmo assim o leitor, não o merecia, mas ficará suspenso (se não optar por outras edições) nesta edição Portuguesa até que a editora nos disponibilize o segundo volume (designado Julho - Setembro), lê-se por ai que tem saída prevista para Maço, muito tempo neste impasse de indefinição.
3 comentários:
Murakami tem uma escrita sublime. Certamentee este livro não foge à regra!
Tenho cá 2 livrinhos novos em folha e baratuchos para venda, se estiverem interessados!
http://esempreumpoucodepois.wordpress.com/2012/01/09/e-pro-menino-e-pra-menina/
Beijos!
ângelo, eu sou um adepto incondicional de Murakami. Tenho ete livro em casa à espera de vez :)
A propósito do que dizes: eu é que cada vez fico mais fascinado por este tipo de sociedade/cultura. Adoro esta miscelânea de misticismo e modernidade que é o Japão e que tão bem se exprime nos livros de MUrakami.
Mas, de facto, é quase sádico deixarem-nos assim à espera da continuação!
Gabrielle,
Sem duvida Murakami escreve de forma sublime, é um facto inegável.
(boa sorte nas vendas)
Manuel,
Esta cultura nipónica, que nos é transcrita nos livros, realmente é fascinante, um povo "duro" que já muito sofreu (e sofre) sem um pio de dor.
E por falar em dor isto de só ter o próximo volume em Março não é coisa que se faça, mesmo muito mau para o leitor e também para o autor quem ler este livro fica com uma impressão negativa de Murakami, onde raio este gajo queria chegar...
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