Opinião:
Gosto imenso de ler sobre
outras culturas, seus hábitos e costumes, e, estava à espera que este livro abrangesse
mais sobre a cultura japonesa, mas não foi o caso, foi sim sobre relações
humanas, mas de uma forma tão intensa que nos deixa em suspense durante toda a
leitura.
Narrado a duas vozes alternadamente ente Yuki e o seu filho Jay, vamos tendo a percepção do que foi a vida
de um e de outro, pois, Yuki abandonou o filho quando este tinha apenas dois
anos, e só quando Jay é pai, este sente a necessidade de confrontar a mãe.
A história de Yuki
é sombria, torna-se mais pesada, tem a ver com a forma como foi criada, a sua formação em
casa, educada segundo os costumes japoneses, apesar de viverem em Nova Iorque,
não deixavam de ter enraizada a sua cultura, depois por tudo o que ela passou, pelas
vicissitudes, pelo que permitiu que lhe fizessem, por ser tão branda, até
ao ponto de um dia ter de se libertar de tudo para conseguir viver.
A do seu filho Jay é mais
soft, apesar de ter sido abandonado pela mãe, conseguiu o equilíbrio da parte
do pai, que fez com que lidasse com a sua vida de forma diferente, até mesmo com
algum humor.
E o que esta autora fez
com as histórias de vida destes dois personagens, foi algo simplesmente
fantástico, tornou uma narrativa que aborda temas como sujeição, violência doméstica,
abandono, solidão, tristeza, desilusão, sonhos
desfeitos, numa história bonita, comovente, que nos prende do inicio ao fim, com
personagens humanas, imperfeitas, mas muito bem estruturadas.
Quando terminei este livro, fiquei a pensar que narrativa maravilhosa, daquelas que nos
preenche o coração, existem pessoas com um dom,
neste caso para escrever. Inofensivas, Como tu, foi
uma agradável surpresa, estava à espera sinceramente que fosse bom, mas superou as minhas expectativas.
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