Opinião:
Este foi daqueles livros
que após ter terminado a sua leitura fiquei a reflectir na coragem que esta
mulher teve para percorrer a pé sozinha durante
3 meses mil e setecentos quilómetros no Pacific Crest Trail (PCT), desde o
deserto de Mojave, ao longo da Califórnia e do Oregon, até ao estado de
Washington. Uma viagem que mudou a sua vida para sempre.
Demonstrou a enorme capacidade
de resistência que um ser humano tem para enfrentar intempéries, dores, medos e
outras coisa mais, quando se está determinado a conseguir algo que se quer
muito.
É um livro inspirador
que nos faz pensar na vida. Cheryl Strayed queria muito encontrar-se de novo,
voltar a ser a pessoa que era, pois sentia-se perdida, sem rumo, após perder a mãe aos 22 anos e depois de um
divórcio, a sua vida estava sem sentido, por isso pegou numa mochila e com aquilo que
achou necessário para sobreviver resolveu fazer esse longo percurso, e estar
sozinha com a natureza.
Confesso que não teria
a sua coragem, pois tenho medo de bichos, animais em geral, e Cheryl viu ursos, cascavéis, ouvia o uivo de coiotes, viu raposas, veados e outros repteis, e só
o facto de estar sozinha naquela
imensidão da natureza seria um horror para mim, mas “invejo-a” por ter tanta determinação
para enfrentar tudo isso e ainda mais a caminhar com calor até desidratar, enfrentar
o frio, a chuva e a neve, dormir na sua tenda no
escuro a ouvir barulhos, sons dos quais não sabia nem tinha ideia de onde vinham, mas por tudo isso deve ter sido uma viagem fantástica nesta sua autodescoberta.
Com algumas peripécias e aventuras pelo meio ela demonstrou ter um enorme
instinto de sobrevivência e de coragem.
Não foi uma viagem nada
fácil com tantas dificuldades que teve, quer pelos motivos em cima mencionados
quer pelo caminho irregular pelo facto de ter de subir e descer sítios onde não
é fácil caminhar fizesse bom ou mau
tempo, as sua botas que tanto lhe massacram os pés, as mudanças que foi sentindo no seu
corpo durante este percurso, mas Cheryl teve necessidade de sentir todas estas
coisas, e ao mesmo tempo que as vai relatando também vai intercalando
passagens do seu passado, focando-se sempre na mãe que foi para ela uma figura
inspiradora.
Ela planeou tudo ao
pormenor para que em cada paragem no seu percurso tivesse o necessário para sobreviver
a mais uma etapa nessa sua caminhada.
Adorei a sua relação
com os livros que foram sua companhia todas as noites.
Gostei dos relatos
sobre as amizades que fez ao longo desta sua caminhada, pessoas que ficaram para
sempre na sua memória.
Em suma achei que o
livro está muito bem escrito, cativa-nos, lê-se num ápice pois prende-nos a
atenção com uma narrativa fluída e viciante que nos dá vontade de ler sem
largar para saber sempre mais um pouco sobre esta longa viagem, é um livro
também divertido com passagens que me fizeram sorrir, as descrições desta sua
odisseia estão muito bem relatadas, de tal forma que quase nos sentimos em
viagem com a autora, trata-se sem dúvida
de uma história espectacular que vale a pena ler, um exemplo de coragem de
alguém com uma grande determinação, que lutou para se encontrar a si própria e
consegui. Gostei muito. Recomendo.
Excerto:
Tinha
de mudar. Tinha de mudar foi a ideia que me norteou ao longo de todos aqueles
meses de preparação e planeamento. Não para ser uma pessoa diferente, mas para
voltar a ser a pessoa que era dantes - forte
e responsável, lúcida e dinâmica, ética e boa. E o PCT tornar-me-ia nessa
pessoa.
Para mais informações consulte o site da Editorial Presença aqui
Fui pesquisar imagens por onde passou Cheryl, sitios espectaculares:
1 comentários:
Parece-me que este tipo de histórias são cada vez mais frequentes. Terá a ver com o ritmo frenético do dia-a-dia e da situação em que o mundo se encontra em termos sociais e políticos? Fiquei curiosa! Obrigada pela sugestão de leitura :)
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