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11/04/2018

Às Cegas, de Josh Malerman


Opinião:
Uma das razões que me levou a querer ler este livro, foi por causa do filme, não gosto de ver os filmes e depois ler os livros, a outra foi porque nunca leio este género literário, distopia já li, mas pouco.
Bem para começar geralmente só leio à noite, por várias motivos pessoais, de dia só no fim-de-semana, como me assusto facilmente com barulhos e afins, este livro fez com que de vez em quando olhasse por cima do ombro.
 “Não abra os olhos. Há algo terrível lá fora”.(excerto)
 “«o Problema», começa sem dúvida quando a pessoa vê algo”.  (excerto)
Estas frases intrigaram-me do inicio ao fim, o que seria que estava lá fora, que era fatal para qualquer pessoa que olhasse, pois as pessoas estavam a morrer, mas do que? O que é não podiam ver? Uma incógnita para os protagonistas sobreviventes, e também para o leitor. 
Narrado entre o presente e o passado, algo que gosto muito nos livros, inicia-se na actualidade, com a protagonista Malorie e os seus filhos, depois de quatro longos anos em cativeiro, sem ver nada do que se passava no exterior, para continuarem a sobreviver, vão ter de atravessar um rio, numa canoa, de olhos vendados, onde a audição se torna o factor mais importante de tudo.
E voilá, devo dizer que o autor primou por me fazer sentir o medo da protagonista, tão real, tão palpável, lia estas partes com tanta ansiedade e medo, simplesmente aterrorizador, uma viagem alucinante, uma verdadeira odisseia, com passagens arrepiantes.
Mas também o que é narrado sobre o passado, é muito intenso, é nos relatado um cenário de horror em que vivem alguns sobreviventes, enclausurados numa casa com tudo tapado, sem nunca ver o sol ou a lua, sempre de olhos vendados no exterior, onde só podem  contar com a audição, e o olfacto.
O facto de não se poder ver, para mim é aflitivo, é arrepiante, estar a ser observado sem saber quem nos está a observar. Coloquei-me na pele dos personagens, ir para a rua de olhos vendados, e sentir algo roçar-me, ouvir um barulho sem saber do que, horrível. Mas o suspense deste livro está construído no mistério de não se saber o que está a acontecer lá fora, tanto para nós enquanto leitores, como para os personagens, por isso mexe com os nossos sentidos.
Gostava que o autor tivesse explicado o que despoletou toda esta situação apocalíptica, mas ele deixa o leitor na escuridão, às cegas, sim fica por conta da nossa imaginação, o que não gostei foi do desfecho, preferia uma conclusão menos abrupta,  é o único senão a apontar, de resto, gostei muito.
Em suma, Às Cegas, foi para mim uma leitura inquietante, perturbadora, com momentos de terror psicológico, de medo palpável, devido a cenas intensas, recomendo por isso aos amantes do género.  



 

05/07/2012

Comentários leitura conjunta "Constantino Guardador de Vacas e de Sonhos" de Alves Redol




Rita
Constantino Cara-linda ou Cuco, é um rapaz de doze anos que vive em Freixial. Constantino que guarda vacas como todos os outros rapazes de Freixial, sonha. Sonha como todos os outros, mas o seu sonho não é nada de extravagante. Ele sonha em ser serralheiro de barcos e um dia, poder construir o seu próprio barco e ir rumo a Lisboa com ele. Constantino junta o real ao desejo sem abdicar de nenhum deles e guarda-os sempre consigo.
Esta história faz-nos perceber como os sonhos são muito importantes, podem até tornar-se reais com o poder da imaginação. Muitas pessoas diriam: “No meu tempo era assim…”. É verdade, mas no meu tempo, o de hoje, mesmo que não guarde vacas nem seja do campo ou tenha crescido num, tenho sonhos, todos temos. Sonhar é intemporal. Todos guardamos sonhos e poder viver uma vida no “mundo real” e outra nos nossos sonhos, num mundo que é só nosso, é um privilégio. Privilégio esse que temos conservado por milénios e que iremos conservar por muitos mais ainda.

Boas leituras! J

Paula T.
Constantino, uma criança de doze anos, vive numa terra pequena e humilde, onde todos se conhecem e inevitavelmente opinam mesmo quando não lhes é solicitado.
O seu nome é único na aldeia para orgulho dos pais e desgosto da Tia-Elvira que sonhava dar ao seu primeiro neto o nome do pai dela. Desejo este que a nora não lhe concedeu. O choque entre gerações havia sempre de se afirmar. Até as vindimas já eram escassas, pois os terrenos haviam sido comprados por gente rica com o objectivo de mostrar ostentosas casas (o mundo, sem dúvida, estava perdido, na opinião da Tia-Elvira).
Constantino, uma criança como tantas outras preferia brincar a ir à escola ou mesmo ajudar a guardar o rebanho. Os pássaros eram a sua distracção e alegria, porque também ele sonhava em voar e viajar até outras paragens, quem sabe até Lisboa.
E como o sonho comanda a vida e com Constantino, não havia de ser diferente, este constrói um bote feito de canas que o levará rumo aos seus sonhos, ou melhor, a Lisboa. Enquanto lá não chega, guarda o seu barco no estaleiro do seu coração.

Alves Redol mostra-nos uma aldeia pobre, onde as gentes são simpáticas e humildes, mas iguais a tantas outras nos seus usos e costumes. Usos e costumes que ainda permanecem por estas aldeias e cidades nos dias de hoje.
O sonho é uma constante ao longo de toda a narrativa. O sonho de uma criança, o sonho de tantos homens que outrora foram crianças e que também sonharam e conquistaram, mais não fosse nas noites de luar. Afinal a vida não vale de muito sem os nossos sonhos!
Gostei!

Luís Miguel Rodrigues
Este livro de Alves Redol parece reunir uma série de contos, sendo as personagens as mesmas em todos eles e em que o autor nos apresenta um retrato de uma pequena aldeia rural, do seu dia-a-dia, dos seus momentos mais importantes ao longo das estações do ano, tudo isto centrado num pequeno, o Constantino, o guardador de sonhos e de vacas. Esse retrato, nos olhos de uma criança assume outra dimensão pois a infância é muitas vezes sinónimo de pureza, verdade e simplicidade. Constantino é um menino pequeno, com pouco corpo para a idade mas comparado a um homem dada a sua maturidade precoce, querido por todos na aldeia. Como é natural nestas aldeias rurais, as crianças começam logo de tenra idade a ajudar a família nas tarefas domésticas. A vida agrícola não é fácil, o trabalho árduo nos campos e a criação de gado pouco mais dá do que para sustentar parcamente uma família. Constantino consegue, porém, conciliar as suas tarefas com as brincadeiras típicas das crianças da sua idade. Tem uma série de ninhos para cuidar, ele que se gaba de ter perto de cinquenta só dele. Também joga ao pião, fazendo torneios com os amigos, vai pescar ou tomar banho em pelota no rio, o Trancão, tão importante para a aldeia. No que diz respeito à escola, Constantino não gosta muito, considera um desperdício ter de decorar tanta ladainha, já para não falar nas reguadas da professora, com quem mantém uma relação tensa.

Embora vivendo com dificuldades, o Constantino não deixa de ser feliz, não deixa de sonhar. Vive em contacto com a natureza, com a sua família, com os seus amigos. O tempo que passa com o gado faz com que possa pensar em novos projetos, novas aventuras, os seus sonhos vão tomando forma. O Constantino gostava de ser serralheiro, não um serralheiro qualquer, um serralheiro de barcos. Um dia decide construir um barco com canas, um barco que lhe permita chegar a Lisboa. Constantino tem tudo programado, ele e o seu amigo Manel decidem que precisam de mais um braçado de canas para tornar o barco mais seguro. Na noite que precede a partida, Constantino tem um sonho fantástico, ele e o amigo já estão de viagem num barco mágico, a grande velocidade, o barco torna-se cada vez maior, a vela também cresce e esconde-os um do outro. Mal conseguem descortinar por onde passam ou onde estão, devem ter passado Lisboa há muito, ”eles devem estar, mais ou menos, ao pé do fim do mundo”.

O sonho derradeiro de Constantino personifica, quanto a mim, a luta inglória das gentes da terra em conseguir melhores condições de vida e que se vêm obrigadas a partir, a deixar tudo para trás pois é nas cidades que se consegue viver melhor. Os pobres e as pessoas que vivem com mais dificuldades não deixam de ser felizes, isso o autor deixa bem claro, porém, a realidade é dura e a fuga para as cidades é o único caminho para quem quer melhorar a sua vida. Este livro, cuja ação se passa nos anos setenta, não deixa de ser atual e as diferenças entre o litoral e o interior, o campo e a cidade são cada vez maiores.

Odete
Já li este livro há mais de 30 anos, pois onde morava na altura existia uma biblioteca ambulante que passava todas as semanas na aldeia, e que eu tanto ansiava o dia da sua chegada para entregar e levantar mais livros.Mas vejo agora que não soube apreciar a sua leitura como o fiz presentemente, teve outro impacto em mim sem dúvida alguma, o personagem principal fez-me recordar histórias que o meu próprio pai contava que tinha vivido em criança, as sua aventuras e peripécias de andar aos ninhos. Mas também trás-me recordações das minhas próprias brincadeiras.
O menino ingénuo, puro, sonhador que Constantino tão bem transparece cativou-me, sendo uma criança como as outras, na escola tem as suas dificuldades na aprendizagem, porque gostava mais de brincar a contar ninhos do que aprender o nome dos rios e dos reis. É num único rio que ele manifesta o seu interesse, pois sabe que o poderá levar ao "mar" em Lisboa.

Vamos acompanhando as suas aventuras, além de brincar ele tem responsabilidades é guardador de vacas, mas também vive com o sonho de ver o mar que gostaria de realizar, e é esse sonho que lhe transmite a sua vivacidade e o interesse pelas coisas e quem sabe um dia o consiga concretizar.

Recorda-nos também tempos de pobreza, gente simples, que pouco tinham no dia a dia para viver,  os "ditos" dos mais antigos que cheguei a ouvir da boca da minha avó tantas vezes como por exemplo: "Esta a chover e a fazer sol: Estão as bruxas a fazer pão mole" e tantos outros que ouvia, também as vizinhas "cuscas" que ralhavam por tudo e por nada e contavam logo às mães quando se portavam mal.
Mas mesmo neste meio de miséria a lição que tiro daqui é que no fundo eram crianças felizes.
Em suma um livrinho que todos devíamos ler, gostei sem dúvida de recordar esta leitura.

Ângelo
Constantino um rapaz do campo tem um sonho mas por enquanto não deixa de ser um guardador de vacas que sonha em concretizar esse sonho, sonho que lhe comanda a vida.
Um livrinho muito simples que nos coloca numa infância perdida nestes tempo de modernidade, numa infância de "liberdade", embora pense que hoje em dia os nossos jovens tenham mais liberdade (para isso hão lutado os nossos ascendentes) "física" também é verdade que conseguimos encurrala-los nos nossos medos "psíquicos" (alguns com razão), já Constantino o nosso guardador de vacas tal como alguns de nós, tinham uma enorme pressão sobre si, recaia em si uma responsabilidade que hoje é amputada aos jovens, mas aqueles momentos de liberdade, de despreocupação, longe de tudo sozinho com o mundo, esses momentos valem ouro nos dias de hoje.
É este fascínio pela liberdade, pela amizade, pela fantasia que torna este livrinho num marco de referência nacional, está aqui a vivência da puberdade dos nossos ascendentes a vida como ela era, na sua forma mais bonita, mais prazenteira, mas ninguém pense que era este constante mar de rosas que se vivia pela altura, falta neste conto o lado negro desses tempos para tornar este livro num grande romance.

Com uma linguagem simples, bela, erudita, Alves Redol cativa-nos num conto roubado às nossas memórias.

Manuel
Constantino Guardador de Vacas e de Sonhos é um livrinho ingénuo, puro, transparente, apaixonado. Alves Redol, um dos maiores vultos da literatura portuguesa do século XX apresenta-nos aqui um dos exemplares mais puros do neo-realismo português, no seu estado mais puro e naif.
Constantino é um menino como qualquer outro. Frequenta a escola primária, é inteligente mas prefere contar ninhos em vez de saber de cor os afluentes do Mondego ou do Guadiana. O único afluente que lhe interessa é o Trancão, que no seu sonho o levará ao Tejo e ao grande Mar. Constantino guarda vacas como quem guarda sonhos, transportando-os numa alma risonha que encara o futuro com aquela nuvem de sonhos que só a infância nos pode oferecer.
Para quem, como eu, cresceu no campo, ler este livrinho é uma bela viagem à infância; ou melhor, ao que de mais belo tem a infância no campo: os ninhos que se contam e cujo segredo se guarda como tesouro, o trepar às árvores como quem do alto vê o futuro, as aventuras no rio onde se aprende a nadar à custa de sustos e goladas de água, as travessuras nos quintais e, acima de tudo, aquele viver irmanado com a natureza, com os pássaros, as plantas, os animais domésticos, etc.
Nem a impiedosa palmatória, nem as más condições da vida no campo, impediam Constantino de ser feliz. Porquê? Porque ele tinha um sonho. Não interessa se o realizou; não interessa sequer se era realizável; o importante é que o guardou. Assim, por detrás de uma narrativa aparentemente ingénua, Alves Redol transmite-nos uma mensagem que devemos reter e recordar sempre: o sonho é que nos guia; o sonho é que nos faz viver.
Em resumo, um livrinho imperdível, de leitura muito agradável, numa linguagem simples do povo que somos nós; um testemunho cristalino das raízes mais profundas de onde todos nascemos: da terra-mãe.

15/03/2012

"Os Imperfeccionistas" de Tom Rachman

Opinião:
Sim, gostei bastante do livro "Os Imperfeccionistas" de Tom Rachman, está dividido por capítulos com personagens que trabalham num jornal de língua inglesa sediado em Roma já algumas décadas, o qual com o passar do tempo vai trazendo as novas tecnologias para o jornal, substituindo as velhas máquinas de escrever por computadores, os faxes por emails, e em que adaptação dos mais velhos nem sempre é fácil como é óbvio.

Descreve-nos e fala-nos do chefe de redação, do obituarista, de um velho correspondente decadente, da redactora de economia, editor de rectificações, da revisora, da directora, da leitora. um vasto leque de personagens que trabalham no meio editorial e dão vida ao jornal no seu dia a dia,e em cada capitulo cada um vai ser esmiuçado ao pormenor, e não são poupados a nada, são descritos de forma nua e crua, com os seus defeitos e qualidades, mas sem rodeios.

A grande maioria são egoístas, inseguros, paranoicos, infelizes, portanto ficamos a saber as fraquezas e os pontos fortes de cada um. Mas é tudo relatado numa escrita fluida que nos motiva a ler, não é monótono, tem humor. Entre cada capitulo ficamos a conhecer também um pouco da história e criação do jornal.
E por fim temos um herdeiro em que não se sabe o que ele vai fazer com o jornal mantendo a incerteza do seu futuro, só no último capitulo se saberá. Achei uma boa história, bem construída, recomendo a sua leitura, pois em apenas 3 noites, passei bons momentos a conhecer estas personagens digamos "invulgares."
Sinopse: Neste romance de estreia, Tom Rachman retrata um grupo de personagens que trabalham num jornal de língua inglesa em Roma. Os capítulos de Os Imperfeccionistas leem-se como se de contos se tratassem, entrecruzando o dia a dia dos homens e das mulheres que dão vida àquele jornal. À medida que a era digital se sobrepõe à imprensa tradicional deixando as personagens num futuro incerto, a história do jornal é revelada… incluindo a surpreendente verdade por trás das intenções do seu fundador.

29/02/2012

"Ama-me sem me suportares" de Fátima Marinho


Fui contemplada num passatempo com este livrinho de Fátima Marinho "Ama-me sem me suportares"! Gostava de partilhar um dos seu poemas que por acaso é o titulo do livro:

"Ama-me sem me suportares"

Quero que sejas
A porta aberta sobre a luz poente,
Quando, redondo, o sol se deita no mar.

Quero que sejas o vento que arrefece o estio,
A lareira que junta pés frios e almas tremidas,
Pelas coisas da vida.

Quero ainda que sejas um rio,
Onde, nas margens, lave toda a dor,
Que os meus olhas não sabem chorar.

Quero, por fim, que me ames,
Sem me suportares as tristezas.
Não acarinhes lamentos meus, por favor!

Deixa apenas, nas margens do rio que serás,
Escorrerem todas as vidas que perdi,
Para que se renovem no mar,
Longe de mim e de ti.

Prometo ser outro rio,
E amar-te sem te suportar.

Fátima Marinho

A Leoa Branca, Henning Mankell


Opinião:
Actualmente o mercado editorial está apostar em grande nos livros policiais vindos do nórdico e com sucesso, mas já Henning Mankell nos brindava com os seus brilhantes policiais passados na Suécia, com o seu protagonista Wallander, desde 2001 quando foi publicado o seu 1º livro em Portugal fiquei fã. "A Leoa Branca" foi o livro de Mankell que mais tempo levei a ler, mas por motivos pessoais. Este livro abrange uma parte importante da história de um País no começo da década de 90, que é a segregação racial na África do Sul, onde o Apartheid foi introduzido como política, e temos um país cheio de racismo e violência. Trata-se de uma trama que envolve uma tentativa de assassinato a Nelson Mandela. Portanto o enredo do livro passa-se entre África do Sul e a Suécia, a morte de uma mulher sueca é o despoletar de toda a situação. Temos o inspector Wallander no seu melhor, um detective brilhante, um homem muito sensível, que vive cada caso de homicídio como se fosse pessoal, nada o detém para descobrir a verdade, mesmo colocando a sua vida em risco e da sua família, houve partes do livro cheias de adrenalina, outras mais paradas, mas compensa ler, para quem é amante de policiais é um livro muito bom. Só me faltava ler este portanto Presença podem publicar mais.
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Sinopse:
Mankell, um dos autores máximos da era do thriller volta a criar um suspense incrível neste livro premiado com o Dolg Dagger para Melhor Romance Policial do Ano. Em 1992, uma dona de casa sueca, membro da Igreja Metodista é brutalmente assassinada e o inspector Kurt Wallander, juntamente com a sua equipa, são recrutados para investigar este estranho caso. Porém, a teia de acontecimentos que desencadeou este assassínio teve origem na África do Sul, onde Nelson Mandela travou uma luta incansável pela liberdade, pondo fim ao regime do Apartheid. A equipa liderada por Wallander vê-se repentinamente enredada numa teia complexa, encabeçada por membros dos serviços secretos da África do Sul e por um ex-agente do KGB concentrados numa missão: impedir que Nelson Mandela suba ao poder.

23/02/2012

O Toque de Midas, Colleen McCullough

Opinião:
Existem livros que marcam e nos acompanham ao longo da vida. Já li este livro há bastante tempo e continuo a pensar nele de vez em quando. "O Toque de Midas" de Colleen McCullough (uma autora de eleição) na minha modesta opinião é uma obra prima, um livro do qual não me irei desfazer nunca. 
É um livro "épico” arrebatador, a sua história passa-se na Austrália, temos uma personagem muito forte Alexander Kinross, um filho que foi rejeitado, mas que irá conquistar o mundo com o seu faro para os negócios, sendo um homem fora de série, audaz, sem medos de enfrentar seja o que for. Ele consegue controlar tudo e todos, menos o seu casamento ou seja a sua bela esposa Elizabeth, oferece-lhe tudo o que é possível de bens materiais, mas não consegue ter o seu amor. Este pequeno excerto que demonstra isso mesmo: «... saí de casa aos quinze anos, e durante estes anos conquistei tudo a que me dediquei. Em breve farei trinta e três anos e já fiz mais do que a maioria dos homens conseguem fazer até aos setenta. Tenho uma vontade de ferro, o meu poder é imenso...sou accionista maioritário da mina de ouro mais produtiva da História do mundo, tenho interesses no carvão, ferro, terras, sou proprietário de uma cidade e de um caminho-de-ferro. E, no entanto, não consigo que uma rapariga de dezassete anos veja a razão, nem conquistar o seu afecto, quanto mais o seu coração»
 Este livro aborda diversas culturas e religiões e isso deve-se ao facto de Alexander andar sempre a viajar, e também à mistura de culturas que habitam a cidade de Kinross, escoceses, norte-americanos, chineses, australianos e alemães. Fala-nos de politica, da revolução introduzida no séc. XIX. É uma grande história de amor, de amizade, de traição, infidelidade, temos de tudo um pouco neste livro. Enfim um romance delicioso que me deu muito prazer a ler, fez-me sorrir, sentir a revolta, apatia pelas personagens, uma panóplia de vários sentimentos como se tivesse dentro livro, e eu adoro quando isso acontece. Em suma um livro para saborear, ler e reler, sem dúvida alguma. Um belo romance que vale cada uma das suas páginas (510).
Adorei e recomendo.

Sinopse
No centro do romance está Alexander Kinross, lembrado na sua Escócia natal como um pobre jovem aprendiz de caldeireiro. Mas quando, anos mais tarde, escreve da Austrália a avisar que a noiva pode ir ter com ele, os seus parentes rapidamente se apercebem que fez fortuna com o ouro. Chegada a Sidney depois de uma difícil viagem, Elizabeth Drummond, de 16 anos, encontra-se com o seu futuro marido e descobre, para sua infelicidade, que ele a assusta e repugna. Sem outra hipótese, casa com ele e fica relegada numa quinta algures no imenso campo australiano. Nem sequer faz ideia que ele mantém uma amante, a sensual e extrovertida Ruby Costevan. Cativado pelas diferentes personalidades da esposa e da amante, Alexander decide manter ambas as mulheres. Elizabeth dá-lhe duas filhas. Movido pelo desejo de ter um varão, Alexander vira-se para o filho de Ruby, como possível herdeiro do seu império.