05/04/2016

Numa Floresta Muito Escura, de Ruth Ware



Opinião:
Uma novidade do Clube do Autor que chegou cá a casa de surpresa, não resisti a começar a ler, trata-se de um dos géneros literários favoritos.
Numa Floresta Muito Escura, com uma premissa de um convite para uma despedida de solteira, numa casa muito escura, rodeada por uma floresta muito escura, onde se vão reunir cinco amigas e um amigo.
Nora Shaw, escritora, recebe um e-mail de uma desconhecida, com um convite para a despedida de solteira de uma amiga, fica renitente em aceitar, pois não vê Clare há dez anos, e se não fosse o facto de Nina, uma amiga em comum ir a essa festa, Nora rejeitava.
É num ambiente sinistro que este encontro se dá, começam a chegar à casa da floresta os convidados e desde o inicio percebe-se que algo está errado, temos a sensação de que algo vai acontecer naquele lugar, a casa está isolada, a construção é em vidro, permite ver tudo lá fora, a neve, a floresta que a rodeia, mas também permite que sejam observados quando a noite cai, ficam completamente expostos, depois o não terem forma de contacto com o exterior, não existe rede para se ligarem, vai criando algum receio e medo claustrofóbico a este grupo, contribuindo para uma atmosfera tensa entre eles, que vai se tornando cada vez pior. 
A narrativa é feita em dois períodos de tempo, através de Nora, e com capítulos entre o passado e presente. Começa quando Nora desperta no hospital, ferida, sem saber o que lhe aconteceu e desesperadamente tenta recordar-se, mas só lentamente é que se vai lembrando, o que deixa o leitor em constante suspense, sabemos que algo de mau se passou, mas o que? Alguém morreu, mas quem?
A autora soube criar um enredo pungente, num cenário sombrio perfeito, jogando com personagens psicologicamente desequilibrados, num jogo em que vai lançando suspeitas sobre todos, o que nos faz questionar, interrogar há medida que velhos segredos vão sendo revelados. 
É por tudo isto que o livro Numa Floresta Muito Escura, é uma leitura intensa, viciante, que se faz rápida, agarra-nos desde a primeira página, provocando sensações de desconforto, de alerta ao longo da leitura, o difícil é parar de ler. Gostei muito, recomendo.





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